Candidato do PSL passou parte desta terça (9) gravando vídeos para o 2º turno e resgatou mote de Collor: caça a “marajás”


O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) declarou não ter interesse em discutir plano de governo com o seu adversário, Fernando Haddad (PT). Isso porque o petista “é um fantoche e toda decisão que ele precisa tomar tem que ir para Curitiba (PR) conversar com o presidiário [uma referência ao ex-presidente Lula”. A declaração foi dada na frente da casa do empresário Paulo Marinho, onde o parlamentar passou esta terça-feira (9/10), gravando vídeos para o segundo turno da disputa ao Planalto.
O candidato citou um suposto vídeo de Haddad no qual, segundo ele, o petista teria dito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, iria subir a rampa do Planalto ao seu lado, caso vencesse as eleições – o conteúdo foi tirado do contexto original para parecer uma promessa de campanha.
“Será que queremos de volta todos aqueles que, no governo do PT, mergulharam o Brasil na mais profunda crise ética, moral e econômica? Como é que fica o Brasil perante o mundo elegendo o cara que pede benção para um presidiário que tem uma infinidade de processos contra ele?”, questionou Bolsonaro. “Imagine os derrotados do PT ocupando ministérios. Quem vai ser o ministro da Defesa? O João Pedro Stédile? Quem vai ser o chefe da Casa Civil? José Dirceu? Será que nós queremos isso para o Brasil?”, disse.

 Costuras políticas
Bolsonaro disse ter recebido “informes” de que o DEM desejaria fechar apoio a ele, mas nada foi oficializado ainda. “Independentemente de lideranças, muitos parlamentares e representantes de setores da sociedade têm declarado apoio a mim”, afirmou. Ele anunciou também não ter fechado a lista de ministros de seu eventual futuro governo: “Tem muita vaga sobrando ainda”, disse. No entanto, interlocutores afirmam que há nove nomes definidos.
Nesta terça-feira (9), um dos filhos do presidenciável, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), afirmou que o grupo de novos parlamentares eleitos e alinhados ao peesselista irá articular para o próximo comando da Casa afinar-se com as bandeiras de seu pai. Conforme declarou, o escolhido não necessariamente precisará ser do PSL.
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) fechou um acordo com os partidos de centro para desistir de disputar a Presidência da República em troca da garantia de ser reeleito presidente da Câmara após as eleições 2018.

O PSL elegeu 52 deputados nas Eleições 2018. Hoje, a legenda possui apenas oito parlamentares, sendo que só Bolsonaro foi eleito pela sigla em 2014: os outros sete migraram para o PSL com vistas às eleições deste ano. O partido será a segunda maior bancada da Casa na próxima legislatura, ficando atrás apenas do PT.
Caçador de “marajás” 2
Bolsonaro também disse que, se for eleito, “vai acabar com a fábrica de marajás” de servidores públicos, um mote usado também pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, que se dizia caçador de marajás. A afirmação foi feita após o candidato ser questionado sobre quais ajustes faria na reforma da Previdência.
“Tem muitos locais no Brasil que o servidor público tem um salário x e um cargo de comissão que, depois de oito e 10 anos, ele incorpora (no salário). Vamos acabar com essa fábrica de marajás. Vamos fazer uma reforma da Previdência justa”, disse.

O presidenciável afirmou que pretende procurar a equipe do governo de Michel Temer que trata do assunto e fazer a sua proposta “para o corrente ano.” “Ainda não conversei com o Temer. Sendo eleito, buscarei a equipe dele para fazermos a transição”, afirmou.
ViolênciaO candidato disse lamentar, mas que não tem a ver com episódios de violência registrados no país provocados por seus simpatizantes. Em um dos casos, o mestre de capoeira e ativista cultural negro Romualdo Rosário da Costa foi morto, após ter sido esfaqueado 12 vezes, pelo barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, que confessou ter agido por discussão política. Ele votou e defendeu o candidato do PSL à Presidência, enquanto a vítima declarara voto em Haddad pouco antes de ser atacado.
“A pergunta (feita pelos repórteres) deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle. A violência e a intolerância vêm do outro lado e eu sou a prova disso”, afirmou Bolsonaro.

Questionado se o clima estava bélico, ele respondeu que “não está tão bélico assim, não.” “Está um clima acirrado, pela disputa, mas são casos isolados que a gente lamenta e espera que não ocorram”, encerrou.
As informações são do portal metrópoles